Minha relação com a comida sempre foi complicada. Em momentos de estresse ou quando me sinto emocionalmente esgotada, acabo recorrendo à comida como uma forma de conforto. É quase automático: o impulso de comer aparece como uma necessidade urgente, quase como se fosse uma tentativa de preencher algo que está vazio.

A compulsão alimentar se torna mais forte em dias difíceis, quando as emoções estão à flor da pele. É como se, por alguns minutos, a comida oferecesse um alívio, uma espécie de anestesia para o que estou sentindo. Mas logo em seguida, vem a culpa — a sensação de que eu deveria ter mais controle e que, mais uma vez, deixei a situação escapar.

Já tentei lidar com isso de várias formas, como dietas e exercícios, mas sinto que essas soluções não chegam na raiz do problema. Parece que é algo muito mais profundo, uma questão de como lido com as minhas emoções. Às vezes, me pergunto se é possível mudar essa relação de uma maneira real e duradoura, para que eu consiga encontrar outras formas de lidar com as emoções que não envolvam a comida.

A hipnose me ajudou a entender a compulsão alimentar de um jeito que eu nunca tinha imaginado. Nas primeiras sessões, comecei a explorar o que realmente estava por trás desses impulsos de comer descontroladamente. Aos poucos, ficou claro que a comida era um substituto para sentimentos não resolvidos, momentos de solidão ou situações de estresse que eu não sabia como processar.

Com a hipnose, consegui acessar meu inconsciente e desatar alguns desses nós emocionais. Lembro-me de uma sessão em que visualizei a ansiedade como algo físico e consegui dissociar essa emoção do desejo por comida. Foi um momento de clareza, como se meu corpo finalmente entendesse que não precisava da comida para aliviar essas emoções.

Cada sessão reforçava essa nova compreensão. Aos poucos, a hipnose reprogramou minha mente para reconhecer e lidar com as emoções de forma direta, sem buscar refúgio na comida. Também desenvolvi uma sensação de autocontrole e confiança que nunca havia experimentado antes. Hoje, quando o impulso de comer por compulsão surge, consigo pausar e me perguntar o que realmente estou sentindo. Essa mudança tem sido libertadora.

A hipnose não só transformou minha relação com a comida, mas também me mostrou uma nova forma de enfrentar e processar emoções.